RESGATE DE PEIXE-BOI NO PIAUÍ
(Fonte: Site ICMBio, 2017) |
A equipe da
Área de Proteção Ambiental (APA) Delta do Parnaíba, no litoral do Ceará, Piauí
e Maranhão, vivenciou uma experiência até então inédita: o encalhe de um
filhote de peixe-boi marinho, espécie ameaçada de extinção. O resgate, que
culminou com a transferência do animal para o oceanário do Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversiade (ICMBio) em Itamaracá (PE), durou cinco
dias e exigiu muita paciência, técnica e articulação.
O filhote
ainda apresentava o cordão umbilical quando encalhou no dia 15 de abril, numa
praia do município de Luís Correia, no Piauí, conhecida por Peito de Moça. A
pequena fêmea, de 1,28 m, encontrada por uma turista e um pescador, estava viva
e, ao ser descoberta, foi recolocada no mar pelas pessoas, na esperança de que
encontrasse sua mãe.
Ao tomar
conhecimento do fato, o ICMBio e as ONGs que trabalham na região com a
conservação da biodiversidade – Comissão Ilha Ativa e Instituto Tartarugas do
Delta – ficaram em alerta para outro possível encalhe do filhote, o que ocorreu.
O animal encalhou na manhã do dia seguinte, 16, na Praia do Coqueiro, em Luís
Correia, tendo sido reintroduzido novamente por pessoas que estavam no local.
Por volta das
22h, o filhote voltou a encalhar na mesma praia em que tinha aparecido a primeira
vez, Peito de Moça. Começava, então, uma grande operação, coordenada pelo
ICMBio, que contou com o apoio de diversos parceiros, para garantir a
sobrevivência de Mocinha, nome dado pelos técnicos que cuidaram do filhote de
peixe-boi.
Inicialmente,
técnicos da Comissão Ilha Ativa e o responsável pela Base Peixe-Boi, na APA
Delta do Parnaíba, Heleno dos Santos, resgataram Mocinha e a levaram para a
sede do ICMBio em Cajueiro da Praia, no Piauí, que possui uma pequena piscina
para atendimento de urgência a animais marinhos encalhados vivos.
A partir daí,
a Associação para Pesquisa e Conservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis),
com experiência no atendimento de encalhes de mamíferos aquáticos, orientou os
técnicos da Comissão Ilha Ativa, que ficaram à frente do manejo do animal.
No dia 17,
foram iniciadas articulações para a transferência do filhote para o oceanário
de peixe-boi marinho do ICMBio em Itamaracá (PE), já que tinham se passados
três dias desde o primeiro encalhe e era remota a possibilidade de a mãe ser
encontrada. O oceanário é gerido pelo Centro de Pesquisa e Conservação da
Biodiversidade Marinha do Nordeste (Cepene).
No dia 20,
após articulações feitas pela Coordenação Regional 5 (CR 5) do ICMBio, o animal
foi, finalmente, transferido para Itamaracá em avião fretado pelo Governo do
Estado do Piauí. No meio da tarde, Mocinha já estava em sua nova casa, o
oceanário, onde ficará pelos próximos anos, até que esteja em condições de ser
reintroduzida à natureza.
Fonte:http://www.icmbio.gov.br/portal/ultimas-noticias/20-geral/8904-resgate-de-peixe-boi-mobiliza-icmbio-e-parceiros
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